Um Novo Golpe
Façamos um pequeno esforço de memória para lembrarmos do Golpe Militar de 1964. Forças retrógradas, como boa parte da classe média, da imprensa e de setores da Igreja Católica apoiaram a investida civil-militar.
Vivemos a realidade de um governo acuado, refém das limitações impostas pela necessidade de alianças políticas em nome da governabilidade, isso é concreto, é fato. Uma imprensa, novamente, comprometida com as elites e com interessses que ultrapassam qualquer objetivo de bem estar social, prevalecendo o interesse mercadológico e empresarial.
Não enfrentamos oradores como Carlos Lacerda, mesmo reconhecendo a sua demagogia barata; mas assistimos á medíocres como Aécio e Alckmin terem espaço na mídia.
O conservadorismo nos discursos de setores da oposição é claro, a utilização de recursos retóricos em "nome de Jesus", também. Não reconhecer isso é virar as costas aos discursos virulentos de Malafaias da vida, Bolsonaro, nem comento.
Não temos mais a Guerra Fria, já comentei sobre isso em outro artigo, mas desconsiderar a pressão estadudinense no que se refere a política e a economia da América Latina é ser inocente ao extremo.
Faz-se necessário observar um quadro preocupante, a História não se repete, mas, nesses momentos de ideias difusas, surgem figuras "do nada" e se elegem, lembremos de Jânio e Collor.
Para quem acha que há uma intenção do governo em desqualificar conservadores é ridículo, sem qualquer base argumentativa para tal pensamento. O conservadorismo é a base do discurso de segmentos evangélicos que procuram poder político e o aumento do seu capital religioso, é inegável.
A UDN é o PSDB e o DEM de hoje, a classe média é a mesma, a imprensa continua medíocre e vendida, como diz meu pai*. Esse cenário é complicado, temos que manter uma luta coesa e organizada. O povo brasileiro, sobretudo os mais humildes, não podem ver as suas conquistas serem postas de lado por uma direita fascista. temos que lutar.
* Braulio Ribeiro, diretor e um dos fundadores do Jornal da Bahia.