Revolução Mexicana

30/09/2014 07:05


Lutas Sociais na América Latina

 

1. Introdução


  • Itúrbide comandou a independência frente ao domínio espanhol em 1821.
  • Após a independência, instalou-se um regime ditatorial, o caudilhismo. No campo econômico, o período foi marcado pela dependência econômica.
  • O expansionismo norte-americano gerou a perda de territórios por parte do México, em 1848.
  • A França, durante o Segundo Império Napoleônico, tentou instalar o governo Habsburgo de
    Maximiliano no México. A intervenção francesa durou de 1816 a 1867.
  • Todo o clima de intervenções externas gerou insatisfações que favoreceram à formação de um
    regime ditatorial.

     
2. Ditadura de Porfírio Dias (1876-1911)


  • Concentração de terras.
  • Entrada de capital estrangeiro para ser aplicado na fabricação de produtos exportáveis e na mineração.
  •  Greves e manifestações no campo.
  • Surgimento de líderes populares como: Emiliano Zapata e Pancho Villa. Eles lutaram contra os latifundiários, contra a Igreja e contra a elite. Reivindicavam a reforma agrária.
  • Francisco Madero, membro de parte da elite, fazia oposição ao governo, o que permitiu a efetivação de uma aliança entre seu grupo e os revolucionários. O resultado da aliança foi a deposição de Porfírio em 1911.
  • A Revolução Mexicana de 1910, liderada por Francisco Madero, de início não tinha um programa de reformas sociais. Era, antes, um movimento político da burguesia liberal contra o imobilismo, o centralismo e o regime ditatorial do Porfirismo, visando à organização de um regime federalista e democrático. Facilmente vitorioso, Madero fez-se eleger presidente da república, mas não se
    preocupou em realizar uma legislação social ou enfrentar o problema agrário.
  • Madero, um liberal, foi eleito. O seu governo foi marcado pela não realização da reforma agrária e pelo seu assassinato em 1913.
  • Seu assassinato pelo general Victoriano Huerta (1913), ligado aos EUA e, depois, à Inglaterra, e representante dos interessados em restaurar o Porfirismo, desencadeou a revolução social, de
    caráter violento e radical, onde as facções lutavam desesperadamente. Nessas lutas, projetaram-se líderes populares, como Emiliano Zapata, que, sob o lema de "Terra e Liberdade", pretendia uma radical distribuição de terras aos camponeses, ainda que violentando a lei e a ordem, Pancho Villa, que pretendia vingar Madero e entregar terras aos que não as tivessem. Ambos foram assassinados.


3. Vitoriano Huerta


  • O general governante instalou uma ditadura com o apoio dos EUA. Contrários à ditadura, Pancho Villa
    lutava contra forças federais e Zapata comandava a luta no campo. Enfrentando uma grande pressão, Huerta renunciou em 1914.


4. Venustiano Carranza


  • Sob a bandeira de um governo constitucional, assumiu Venustiano Carranza (1914-15). Em 1917 foi promulgada uma nova constituição e Carranza foi eleito presidente, governando até 1920.
  • O período da luta armada prosseguiu no governo de Carranza quando foi aprovada nova Constituição
    que "reafirmava os princípios do governo representativo, a divisão de poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário) (...) garantia a segurança do indivíduo e da propriedade, porém estabelecia que o bem comum era superior aos direitos do indivíduo. Um de seus artigos mais avançados e polêmicos era o que regulava o direito de propriedade do Estado sobre as terras e águas e as riquezas do subsolo, que estavam sob controle dos monopólios estrangeiros, sobretudo norte-americanos (...) também incluía importantes disposições trabalhistas: jornada de 8 horas, fixação do salário mínimo, pagamento igual por trabalho igual, regulamentação do trabalho de mulheres (...) abolição do trabalho de crianças (...) livre organização dos trabalhadores em associações (...) direito de greve etc." (AQUINO,R.S.L e outros, História das Sociedades Americanas, Ao Livro Técnico, pág.360). A Constituição igualmente suprimiu as ordens religiosas e nacionalizou os bens da Igreja.
  • O término da I Guerra Mundial (1914-1918) trouxe de volta a pressão norte-americana: não mais
    intervenções militares, mas a cobrança das dívidas externas. Revoltas internas levaram à deposição e ao fuzilamento de Carranza.
  • As lutas populares só perderam força com o assassinato de Zapata em 1919 e o afastamento de Villa em 1920, seguido de seu assassinato em 1923.


5. Governos de Álvaro Obregón (1920-1924) e de Plutarco Elias Calles (1924-1928).


  • Nítida contenção do processo revolucionário: a nacionalização das riquezas minerais não foi aplicada e as reformas econômicas foram relegadas a plano secundário.
  • O governo de Obregón empenhou-se na fundação de escolas e na reforma do ensino.
  • O governo de Calles continuou a distribuição de terras e ampliou a saúde pública.
  • A crise econômica mundial (1929) teve reflexos no México. Gerou desemprego, falências de empresas
    e inflação. O ressurgimento das greves operárias e das revoltas camponesas levou a burguesia a intensificar a mexicanização da economia.


6. Lázaro Cárdenas (1934-1940)


  • A construção do modelo capitalista não-dependente e baseado no desenvolvimento industrial ocorreu no governo de Lázaro Cárdenas, eleito pelo Partido Nacional Revolucionário, organizado em 1929.
  • Expropriou terras e companhias estrangeiras.
  • Criou um banco agrícola para financiar enpreendimentos no campo.
  • Nacionalizou o petróleo e as águas.
  • Concedeu créditos.
  • Na educação, estabeleceu a gratuidade do ensino secundário, a fundação de escolas técnicas e a laicização do ensino.
  • Estimulou a formação de sindicatos.
  • A industrialização foi acelerada, sendo favorecida pelo protecionismo alfandegário, facilidade de créditos, disponibilidade de mão-de-obra e de matérias-primas.
  • Muitas dessas medidas atingiram os interesses de empresários norte-americanos e, apesar da
    Política de Boa Vizinhança, o relacionamento diplomático tornou-se tenso. A formação do EIXO possibilitou o aumento do comércio entre  os integrantes do mesmo e o México. Tal fato e a crescente ameaça de novo conflito mundial fizeram o governo de Roosevelt aceitar como fato consumado as realizações da presidência mexicana.
  • A Revolução Mexicana gerou progressos: a mortalidade infantil e o analfabetismo declinaram, a justiça social ampliou-se; a indústria e a agricultura aumentaram a produção, a integração das massas rurais índias incorporou à Nação até então marginalizados.


7. Governo de Manuel Ávila Camacho (1940-1946)


  • A Revolução tornou-se cada vez mais conservadora, afastando-se de tendências socializantes e desenvolvendo diretrizes econômicas capitalistas. Além disso, a burguesia nacional fechou o processo eleitoral estabelecendo um partido político governamental: o Partido Revolucionário Institucional (PRI), criado em 1946.
  • Entre 1980 e 1990 houve queda do produto nacional bruto per capita, queda dos salários e do
    consumo, aumento da dívida externa e alta inflação.
  • Em 1988, uma ala esquerda do PRI criou o Partido da Revolução Democrática (PRD) que apresentou
    Cuahtémoc Cárdenas, filho de Lázaro Cárdenas, como candidato às eleições presidenciais.
  • O vencedor dessas eleições foi Carlos salinas de Gortari, que rejeitou as acusações de fraude feitas pela oposição.


8. Governo de Carlos Salinas de Gortari

 

  • Buscou investimentos (1990) externos, com destaque para os norte-americanos.
  • Integrou-se, em 1994, ao NAFTA (Acordo Norte-Americano de Livre Comércio).
  • Como o Brasil de Fernando Collor e a Argentina de Carlos Menem, o governo mexicano adotou um programa neoliberal de reestruturação econômica: privatizações, política de abertura do mercado nacional a produtos e investimentos estrangeiros e arrocho salarial.
  • No entanto, a política neoliberal adotada por Gortari teve duplo efeito: levou o país à violenta crise socioeconômica (marcada pelo crescente desemprego, pela desindustrialização e desnacionalização da economia, pelo aumento da dívida externa e do déficit comercial) e à explosão do movimento guerrilheiro do Exército Zapatista de Libertação Nacional (EZLN). Tendo como centro a Província de Chiapas, uma das mais pobres do México, o Exército tem caráter nacionalista, indigenista e agrarista (1994).
  • Foi nesta conjuntura que Gortari passou a presidência a Ernesto Zedillo (1994).

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9. Governo de Ernesto Zedillo


  • Escândalos políticos, crise social e atuação do Exército Zapatista.
  • Crise econômica e perda de prestígio do PRI.
  • Baixos salários, inflação, desvalorização da moeda e três planos econômicos.
  • Fuga de capitais de curto prazo.
  • Efeito Tequila - queda mundial das cotações dos títulos dos países emergentes.
  • Ajuda financeira de 52,8 bilhões de dólares.
  • Nos anos seguintes o México, apoiado no NAFTA, teve uma retomada no crescimento da economia.
  • As fronteiras mexicanas tornaram-se rota de imigrantes ilegais latino-americanos com destino aos EUA. Além disso, importante entrada para o tráfico de drogas.
  • Raúl Salinas, irmão do ex-presidente Salinas, foi condenado a 50 anos de prisão por tráfico de drogas e assassinato.
  • Envolvimento de setores do PRI com o narcotráfico.
  • As eleições de 2000 foram vencidas por Vicente Fox do Partido de Ação Nacional.