Um Nordeste Melhor

23/06/2014 22:41



Noite de São João, festa bonita e culturalmente muito interessante. Na cidade, mais um evento empresarial, com poucas atrações comprometidas com as raízes dessa tradição, que arregimenta milhares de pessoas e que congrega muitas famílias. No interior, oportunidade de rever amigos e familiares ao redor da fogueira, pretexto para, entre uns e outros goles de licor, por a "vida em dia". Como estou na cidade, sem muita coisa interessante para fazer, até o licor esqueci, resolvi aproveitar para fazer uma reflexão política, própria para esse representativo momento do nordestino.

São João é uma festa que, através de suas músicas (as tradicionais), quase sempre nos lembra o sofrimento do povo nordestino. Sua luta para conviver com a seca, o êxodo rural e a concentração de terras sempre marcaram a vida desse sofrido e lutador povo. Não bastando as dificuldades naturais, a falta de investimentos em políticas sociais e alternativas à miséria no campo sempre marcaram os governos brasileiros anteriores ao operário, pernambucano Lula.

A transposição do rio São Francisco trará benefícios para doze milhões de pessoas. O Bolsa Família, que era um investimento de dois bilhões de reais durante o governo de FHC, passou a ser de dez bilhões no governo Lula. O aumento real do salário mínimo (Lula) gerou aumento do consumo, reativação de pequenos negócios e melhoria da qualidade de vida dos nordestinos. Entre 2003 e 2009, o Nordeste cresceu 5,9% ao ano, o Brasil cresceu 5,4% e o Sudeste 5,2%. Nesse mesmo período, o comércio varejista nordestino assumiu a dianteira e foi responsável por alavancar a criação de empregos na região. Ainda no governo Lula, iniciou-se a duplicação da BR 101 e a construção de novas refinarias no Maranhão, no Ceará e em Pernambuco; a ampliação da Refinaria Clara Camaleão (RN) e da Landulpho Alves (BA). Numa relação mais direta com as dificuldades enfrentadas pelos camponeses nordestinos, o Programa de Apoio à Agricultura Familiar (PRONAF) gerou investimentos seis vezes maiores que os investimentos feitos pelo governo FHC.

No governo Dilma os investimentos continuaram gerando melhorias no Nordeste. Obras do PAC foram importantes para a infraestrutura e geração de empregos. No campo da educação, novas universidades e escolas técnicas ampliaram as oportunidades de estudo para os jovens da região.

É inegável que os governos do PT (Lula e Dilma) tiveram uma participação significativa na construção de um Nordeste mais humanizado e menos desigual. Para o nordestino, hoje, o São João não significa, apenas, a lembrança da vida dura e da esperança por melhores dias. Significa, sobretudo, o momento certo para erguer a cabeça e continuar lutando, porque agora temos perspectivas concretas de que nossa voz está sendo ouvida.

Não só o nordestino, mas todos os brasileiros que têm consciência política e lutam por um país mais justo, não podem se intimidar com o Partido da Imprensa Golpista (PIG) ou com Black Blocs que bebem Black White. Cabe-nos a luta democrática e pacífica, colocando a estrela no peito e afirmando que queremos Dilma presidenta do nosso Brasil.