Mentiras e suas implicações

04/05/2020 08:38

MENTIRAS E SUAS IMPLICAÇÕES.
Em seu livro a "Era da Pós-Verdade: desonestidade  e enganação na vida contemporânea", Ralph Keynes conceitua a mentira, mostrando a sua origem e o seu desenvolvimento ao longo da história.
Considerando o trabalho de Ralph Keynes registrado no livro apontado acima, a mentira corresponde a toda linguagem corporal e verbal, e não importa a razão, que não corresponda aos fatos e aos acontecimentos como eles são. Respeitando esse conceito, o mesmo Keynes diz que a mentira é um traço que acompanha a humanidade desde a sua origem.
Em comunidades humanas muito primitivas, a enganação foi instrumento corriqueiramente usado durante a caça. Ludibriar a própria presa para obtê-la  significava garantir a alimentação e a sobrevivência. O engodo foi artifício também usado nos combates com grupos primitivos rivais, visando garantir os recursos naturais  necessários à sobrevivência.
Ralph Keynes diz, em seu excelente livro, que o desenvolvimento do intelecto humano foi marcado por uma imensa capacidade, entre outras diversas coisas, também de mentir.
A questão é que o desenvolvimento do intelecto humano foi seguido pelo surgimento de grupos sociais que também  passaram a erguer valores éticos e morais como pilares da sua existência. Assim, a mentira passou a sofrer forte contestação dentro do grupo.
Associando essas noções básicas (trazidas por Ralph Keynes) sobre a mentira e a sua implicação imediata dentro do grupo social aos acontecimentos ocorridos nos bastidores da cena política brasileira nos últimos anos, percebemos que temos um desafio imenso para superar que é  eliminar a mentira alimentada por dois personagens públicos de alta relevância no país: o seu atual presidente e o seu ex-minitro da Justiça.
O ex-ministro tem causado enorme instabilidade à existência da harmonia social brasileira desde a época em que conduzia a Operação Lava-Jato, que esteve baseada em engodos e mentiras amplamente denunciadas pelo site The Intercept no último semestre de 2019.
As mentiras chefiadas pelo ex-ministro durante o período em que foi juiz responsável pela Operação Lava-Jato produziu um ambiente de ódio no interior da sociedade brasileira que resultou na projeção da candidatura presidencial daquele que venceria o pleito no final de 2018. O ambiente mentiroso construído pela Operação Lava-Jato ao longo de muitos anos estimulou a campanha presidencial baseada exponencialmente em mentiras, que agora são alvo de investigação que está em andamento por meio da CPI das Fake News no Congresso Nacional.
Em seu livro, Ralph Keynes assegura que a mentira contada dentro do grupo social por seus membros produz desconfiança, instabilidade e conflitos. O Brasil, hoje, vive esse momento, ainda mais delicado porque o seu atual presidente e o seu ex-ministro se acusam publicamente de mentirosos. Os acontecimentos e as acusações protagonizadas por esses dois personagens  evidenciam uma coisa: AMBOS SEGUEM MENTINDO para satisfazer suas vaidades e concretizar os seus interesses pessoais e não se preocupam com o restabelecimento da confiança, da harmonia e da paz no interior da sociedade brasileira.


Pedro Everton dos Santos (27/04/2020)